Há muito que ansiava ter netos, SER AVÓ. Queria voltar a ter bebés para pegar ao colo, encher de mimos, dar banho, barrar com cremes mas, sobretudo, para cheirar. Ai aquele cheiro! Como, por norma, a VIDA gosta de mim e me leva a sério, fez de mim AVÓ não de um mas de dois netos, o Henrique e o Manuel, com 4 meses de diferença. Que grata estou!
Quando soube que os meus filhos estavam grávidos (primeiro o meu filho mais novo e depois a minha filha), fiquei louca de paixão. Inverti prioridades e restruturei o meu tempo para poder acompanhar de perto todo o processo: análises, ecografias, decoração do quarto, roupinhas…
Fui a primeira a estar com eles, imediatamente, após o seu nascimento. Vê-los, encostá-los a mim bem pertinho do coração e cheirá-los foi uma emoção única, indescritível. As lágrimas deslizaram pelo meu rosto e pousaram no deles, como que a abençoá-los. Desde aí, desse preciso momento, ficámos ligados. Hoje, 21 e 25 meses depois, essa paixão deu lugar a um amor maior. Muito maior! Ser AVÓ é o melhor do mundo!
Mas há coisa melhor que, deitadinhos na minha cama, dar-lhes o biberão, e trocarmos olhares carregados de uma ternura incomensurável? Mas há coisa melhor que, depois do banhinho, massajar cada milímetro daqueles corpinhos feitos de açúcar caramelizado? Mas há coisa melhor que correrem para nós e darem um abracinho que vale por todas as palavras do mundo? Mas há coisa melhor que, quando fazem asneiras e os pais ralham, procurarem conforto e salvação em nós? Mas há coisa melhor que quererem a avó para lhes chamar o soninho? Mas há coisa melhor que cantarolarem, durante horas, acompanhados ao piano pelo “avô Maio”? Mas há coisa melhor que ser chamada de “avó Calinha”? Não, digo-vos eu que não!
Os dias em que ficamos, eu e o avô, com os dois netos é a loucura onde, literalmente, não se faz mais nada a não ser olhar para e por eles – deve ser muito semelhante a ter gémeos. É uma azáfama sem fim: brincar, separá-los das lutas, dar almoço, mudar fraldas, adormecê-los. Enquanto dormitam, aproveitamos para descansar um pouco. Depois, quando acorda um que acorda o outro, começa tudo de novo: mudar a fralda a um e a outro, dar o lanche aos dois, brincar, separá-los das lutas… Isto para falar da nossa relação de avós com os netos.
Porque a ligação que têm um com o outro é, no mínimo, singular. Embora não estejam juntos diariamente, quando se veem gritam e pulam de felicidade. Seguem-se abracinhos demorados, beijinhos e muita risota. Depois, de “mãozinhas dadinhas”, vão para o quarto deles brincar. Claro está que, em menos de nada, guerreiam, empurram-se, puxam os cabelos e mordem-se pelo mesmo brinquedo. E voltam a amar-se. Nada de extraordinário. Comum, aliás!
Outra relação que me desperta um orgulho gigante é a dos meus filhos com os filhos. A serenidade, desenvoltura e bom senso (ingredientes necessários para quem educa) com que lidam com as situações, faz parecer que não são pais de primeira viagem.
Desejo que os meus netos, tal como ambicionei para os meus filhos, sejam a visão revista e melhorada dos pais, dos avós e dos bisavós. Que tenham a inteligência emocional necessária para filtrarem o que querem repetir. Que sejam eles próprios. Sem medos. Nós, o “avô Maio” e a “avó Calinha”, cá estaremos para os apoiar. Para o bem e para o mal, na saúde e na doença. Como as juras e promessas que se fazem em compromissos de amor que se querem para sempre. Um amor que nos preenche e faz sentir que tudo, mas mesmo tudo, faz sentido e vale a pena!
Amo-vos até ao céu, meus queridos netos,
Avó Calinha
Publicado em 25 Jul. 2017 às 14:49
Há muito que ansiava ter netos, SER AVÓ. Queria voltar a ter bebés para pegar ao colo, encher de mimos, dar banho, barrar com cremes mas, sobretudo, para cheirar. Ai aquele cheiro! Como, por norma, a VIDA gosta de mim e me leva a sério, fez de mim AVÓ não de um mas de dois netos, o Henrique e o Manuel, com 4 meses de diferença. Que grata estou!
Quando soube que os meus filhos estavam grávidos (primeiro o meu filho mais novo e depois a minha filha), fiquei louca de paixão. Inverti prioridades e restruturei o meu tempo para poder acompanhar de perto todo o processo: análises, ecografias, decoração do quarto, roupinhas…
Fui a primeira a estar com eles, imediatamente, após o seu nascimento. Vê-los, encostá-los a mim bem pertinho do coração e cheirá-los foi uma emoção única, indescritível. As lágrimas deslizaram pelo meu rosto e pousaram no deles, como que a abençoá-los. Desde aí, desse preciso momento, ficámos ligados. Hoje, 21 e 25 meses depois, essa paixão deu lugar a um amor maior. Muito maior! Ser AVÓ é o melhor do mundo!
Mas há coisa melhor que, deitadinhos na minha cama, dar-lhes o biberão, e trocarmos olhares carregados de uma ternura incomensurável? Mas há coisa melhor que, depois do banhinho, massajar cada milímetro daqueles corpinhos feitos de açúcar caramelizado? Mas há coisa melhor que correrem para nós e darem um abracinho que vale por todas as palavras do mundo? Mas há coisa melhor que, quando fazem asneiras e os pais ralham, procurarem conforto e salvação em nós? Mas há coisa melhor que quererem a avó para lhes chamar o soninho? Mas há coisa melhor que cantarolarem, durante horas, acompanhados ao piano pelo “avô Maio”? Mas há coisa melhor que ser chamada de “avó Calinha”? Não, digo-vos eu que não!
Os dias em que ficamos, eu e o avô, com os dois netos é a loucura onde, literalmente, não se faz mais nada a não ser olhar para e por eles – deve ser muito semelhante a ter gémeos. É uma azáfama sem fim: brincar, separá-los das lutas, dar almoço, mudar fraldas, adormecê-los. Enquanto dormitam, aproveitamos para descansar um pouco. Depois, quando acorda um que acorda o outro, começa tudo de novo: mudar a fralda a um e a outro, dar o lanche aos dois, brincar, separá-los das lutas… Isto para falar da nossa relação de avós com os netos.
Porque a ligação que têm um com o outro é, no mínimo, singular. Embora não estejam juntos diariamente, quando se veem gritam e pulam de felicidade. Seguem-se abracinhos demorados, beijinhos e muita risota. Depois, de “mãozinhas dadinhas”, vão para o quarto deles brincar. Claro está que, em menos de nada, guerreiam, empurram-se, puxam os cabelos e mordem-se pelo mesmo brinquedo. E voltam a amar-se. Nada de extraordinário. Comum, aliás!
Outra relação que me desperta um orgulho gigante é a dos meus filhos com os filhos. A serenidade, desenvoltura e bom senso (ingredientes necessários para quem educa) com que lidam com as situações, faz parecer que não são pais de primeira viagem.
Desejo que os meus netos, tal como ambicionei para os meus filhos, sejam a visão revista e melhorada dos pais, dos avós e dos bisavós. Que tenham a inteligência emocional necessária para filtrarem o que querem repetir. Que sejam eles próprios. Sem medos. Nós, o “avô Maio” e a “avó Calinha”, cá estaremos para os apoiar. Para o bem e para o mal, na saúde e na doença. Como as juras e promessas que se fazem em compromissos de amor que se querem para sempre. Um amor que nos preenche e faz sentir que tudo, mas mesmo tudo, faz sentido e vale a pena!
Amo-vos até ao céu, meus queridos netos,
Avó Calinha
14:49