Este mês a crónica da Happy Kids tem direito ao cheirinho bom do outono! “Faça chuva, faça Sol, vamos aproveitar a vida ao máximo”, é deste modo que a mamã Bárbara Feio aconselha a encarar a estação dos recomeços.

Vamos falar de recomeços? Convido-vos a receber o Outono como uma época mágica para abraçar novas rotinas, e tentar fazer mais e melhor por uma família saudável e feliz. É sobretudo agora, que as horas escasseiam, a oportunidade de abrir espaço a tempo de qualidade. Faça chuva, faça Sol, vamos aproveitar a vida ao máximo, e ser a nossa versão mais ensolarada? 

Outono é tempo de inícios e, como todas as rentrées, de balanço. É como ter uma página em branco, onde não queremos nenhum risco fora do sítio, apenas letra bem desenhada. Com as férias já em modo miragem, recomeços escolares cumpridos com distinção, e festividades natalícias ainda a dois meses de distância, é neste mês de outubro que costumo fazer um apanhado do último ano, tentando reinventar as rotinas da forma mais prática que consigo, fazendo um esforço para melhorar e organizar melhor o dia a dia. Sou mãe do Dinis e da Matilde, com 7 anos e 17 meses respetivamente e, num universo em que frequentemente me perguntam em que tipo de mãe me encaixo, inventei a única definição que me assenta como uma luva: sou uma mãe em movimento. Não gosto de rótulos. Posso dizer que sou mãe-galinha ou paciente, mas noutros dias nada disso cola comigo. Então prefiro centrar-me nesta característica tão minha: não saber estar quieta, que determina o modus operandi deste meu pequeno clã. Adoro a nossa casa. Passo horas a imaginar cada recanto, e poucas coisas me dão uma sensação de plenitude tão grande como rodar a chave do nosso pequeno e confortável apartamento nesta Lisboa cheia de luz, onde pertenço de alma e coração. Quero com isto dizer que esta noção de movimento nem sempre é fora de portas. Costumo dizer que, mais do que uma designer de moda, sou uma fazedora de coisas. Posso estar a desenhar, a escrever, a ler, a cozinhar, a passar a ferro ou a cuidar de mim e dos meus pintaínhos, mas parada nunca estou. Está-me no ADN esta necessidade de criar e, seja pela genética ou o exemplo, os meus filhos seguem-me os passos. Há nesta família uma enorme necessidade de aproveitar a vida, de nos mexermos, de sermos expontâneos, de sorrirmos, onde um programa de última hora por vezes faz mais sentido do que seguir planificações rigorosas. Somos sobretudo livres e tolerantes: primeiro connosco, por conseguinte com o próximo. Somos flexíveis, onde o preto e o branco não encaixam, mas toda uma escala de cinzentos sim. Se não chove, o carro fica na garagem e fazemos um percurso a pé até às escolas, onde fingimos ser heróis de uma aventura renovada a cada caminhada. Enquanto mãe, a minha preocupação maior é que o Dinis e a Mati sejam crianças seguras e rodeadas de amor. Eles não são meus, são de um mundo que nos acolhe, e é dentro deste espírito de liberdade, mas também de responsabilidade cívica, e respeito pelo próximo, que os vejo crescer saudáveis e felizes.
Neste país de clima abençoado, temos tendência a deixar-nos fechar na concha com o final do sol de verão. Não deixem a melancolia do outono instalar-se. Rodeiem-se de coisas e pessoas bonitas, podem ser as mais simples do mundo, certamente as mais preciosas para que passem bons momentos em família. Passeiem, convivam, cuidem e cuidem-se, escolham uma causa solidária que vos preencha o coração, dispam-se de filtros, e nem de outono nem inverno rezará a história da vossa linda família.

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Publicado em 17 Out. 2017 às 15:11