Crónicas

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Pai: o nosso primeiro e mais bonito amor

Pai: o nosso primeiro e mais bonito amor

Mas o que é que neste caso, as filhas têm a dizer aos seus pais?
Embora, tenham para dizer muitas coisas raramente o dizem através das palavras. Isto é, quando o dizem o que é coisa rara, fazem-no através de olhares mágicos e secretos que são apenas do seu entendimento. Assim são os pais e as filhas.

Um amor forte, único, diferente de todos os outros que vamos tendo na vida.
A paixão é tanta que é impossível perceber onde começa e onde acaba. Aliás, nunca mais acaba.
Dizem que os pais e as suas filhas, entendem melhor isto “da paixão” do que os pais e os seus filhos rapazes.
Nunca descobri nenhum estudo que comprovasse isso verdadeiramente, mas a verdade é que aqui em casa acontece isso. Sou a princesa da casa (uma vez que a minha mãe já é a rainha) e a “paixão” entre mim e o meu pai é tanta e tão diferente da relação do meu pai com os meus irmãos, que não se explica. Lá está. As princesas estão sempre a derreter o coração aos seus queridos papás.
O meu pai não assume diretamente, mas eu sei bem que tenho poderes especiais, movidos pelo grande amor que lhe tenho, que fazem com que o seu coração de manteiga se derreta, muito facilmente com as minhas conquistas constantes.
Como é que descubro que o meu pai tem um coração gigante e de manteiga e repleto de admiração e amor por mim?
Através de vários momentos de cumplicidade, camuflados nas brincadeiras, nas palavras simples, porém bonitas e olhares simples que parecem não dizer nada, mas ainda assim, dizem tudo.
Eu, desde que me lembro de existir, lembro-me também da existência deste grande amor de cumplicidade com o meu pai.
Não sei explicar, até porque o amor não se explica e é sentido de forma muito própria e íntima por cada um de nós, mas não há relação igual à de pai e filha.
Sou a confidente do meu pai, e ele o meu.
Todos dizemos ter o melhor pai do mundo e o meu é, sem dúvida alguma, o melhor do universo.
Enquanto adolescente e miúda independente, não me incomoda dizer isto.
Sempre soube que o amor tem algumas formas que eu ainda descobrirei, mas tenho a certeza, que esta será sempre das mais bonitas
O melhor de tudo? Apesar do mau feitio e determinação, continuo a querer e poder preservar esta nossa relação bonita que é intrínseca.
Olhamo-nos nos olhos um do outro e essa troca de olhar consegue decifrar tudo aquilo, que as palavra banais e pomposas não conseguem.
E que filha sortuda sou eu por ter um pai cujo o olhar “diz” ao meu: AMO-TE.

 

RITA BULHOSA
Blogger/ Filha de Mário Augusto
aosolhosdarita.wordpress.com

Publicado em 19 Mar. 2017 às 11:41

Mas o que é que neste caso, as filhas têm a dizer aos seus pais?
Embora, tenham para dizer muitas coisas raramente o dizem através das palavras. Isto é, quando o dizem o que é coisa rara, fazem-no através de olhares mágicos e secretos que são apenas do seu entendimento. Assim são os pais e as filhas.

Um amor forte, único, diferente de todos os outros que vamos tendo na vida.
A paixão é tanta que é impossível perceber onde começa e onde acaba. Aliás, nunca mais acaba.
Dizem que os pais e as suas filhas, entendem melhor isto “da paixão” do que os pais e os seus filhos rapazes.
Nunca descobri nenhum estudo que comprovasse isso verdadeiramente, mas a verdade é que aqui em casa acontece isso. Sou a princesa da casa (uma vez que a minha mãe já é a rainha) e a “paixão” entre mim e o meu pai é tanta e tão diferente da relação do meu pai com os meus irmãos, que não se explica. Lá está. As princesas estão sempre a derreter o coração aos seus queridos papás.
O meu pai não assume diretamente, mas eu sei bem que tenho poderes especiais, movidos pelo grande amor que lhe tenho, que fazem com que o seu coração de manteiga se derreta, muito facilmente com as minhas conquistas constantes.
Como é que descubro que o meu pai tem um coração gigante e de manteiga e repleto de admiração e amor por mim?
Através de vários momentos de cumplicidade, camuflados nas brincadeiras, nas palavras simples, porém bonitas e olhares simples que parecem não dizer nada, mas ainda assim, dizem tudo.
Eu, desde que me lembro de existir, lembro-me também da existência deste grande amor de cumplicidade com o meu pai.
Não sei explicar, até porque o amor não se explica e é sentido de forma muito própria e íntima por cada um de nós, mas não há relação igual à de pai e filha.
Sou a confidente do meu pai, e ele o meu.
Todos dizemos ter o melhor pai do mundo e o meu é, sem dúvida alguma, o melhor do universo.
Enquanto adolescente e miúda independente, não me incomoda dizer isto.
Sempre soube que o amor tem algumas formas que eu ainda descobrirei, mas tenho a certeza, que esta será sempre das mais bonitas
O melhor de tudo? Apesar do mau feitio e determinação, continuo a querer e poder preservar esta nossa relação bonita que é intrínseca.
Olhamo-nos nos olhos um do outro e essa troca de olhar consegue decifrar tudo aquilo, que as palavra banais e pomposas não conseguem.
E que filha sortuda sou eu por ter um pai cujo o olhar “diz” ao meu: AMO-TE.

 

RITA BULHOSA
Blogger/ Filha de Mário Augusto
aosolhosdarita.wordpress.com

11:41