Crónicas

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MÃE

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A igualdade de género é enaltecida, debatida e validadA mais do que em qualquer época. Mas no fim do dia, quando é de Mãe ou Pai que falamos, onde fica afinal a igualdade?

Nestes tempos de igualdade de género, paridade de funções e divisão de tarefas, é quase melindroso usar a velha frase: “A mãe é sempre mais importante!”
Ou mesmo:” Mãe é Mãe e não há mais conversa!”
Parecem expressões serôdias numa altura em que, mais do que em qualquer época, os homens já levantaram o seu estatuto de chefe de família – bem recostados, durante gerações- como treinadores de bancada da educação.
E ainda bem! O que seria de nós mães (tantas vezes tardias), cuja sociedade nos abriu as portas do mercado de trabalho ou nos empurrou para ele em nome da sobrevivência das famílias.
Então em que ficamos? Os homens chegaram-se à frente em prol da igualdade mais do que justa ou porque esta nova era não lhes deu outro remedio?
E ainda assim, prevalece a frase: “ A mãe é muito importante”. Óbvio que sim!
Mas nesta verdade de Lá Palisse subentende-se um conceito que não cai bem nos dias que correm. Quando se defende que homem e mulher são iguais, pai e mãe também devem ser.
A teoria, mesmo que associada a grupos mais feministas ou com outros “istas”, não deixa de parecer totalmente correta e apropriada às condições de um mundo dito civilizado.
A porca só torce o rabo (pardon my French) quando os nossos rebentos em momento de aflição – pode até ser só fome – gritam a bons pulmões a velha e instintiva palavra: MÃE.
Aí não entram teorias da igualdade nem conquistas sociais.
Aí decidem eles quem querem para os livrar de um aperto que os deixa desconfortáveis.
Podem ter uma dezena de pessoas à volta disposta a dar colo, a limpar lágrimas, a aconchegá-los ou protegê-los de um perigo que julgam iminente… os seus olhos procurarão sempre os olhos de sua mãe. Ou talvez, esse íman misterioso chamado odor de mãe.
E depois há o pai, tantas vezes em primeiro lugar. Num amor que se conquista. Num papel que se substitui. Numa admiração que cresce. Numa marca que fica. Eterna.
Pai e Mãe. Não me venham com historias! Se Deus ou a Natureza os quisessem iguais teriam “fabricado” apenas um.
Pai e Mãe. Completam-se, dividem-se,multiplicam-se, constroem!
Porque a igualdade é isso mesmo: a complementaridade!

 

ANA MARQUES
Apresentadora

Publicado em 5 Mai. 2019 às 9:35

A igualdade de género é enaltecida, debatida e validadA mais do que em qualquer época. Mas no fim do dia, quando é de Mãe ou Pai que falamos, onde fica afinal a igualdade?

Nestes tempos de igualdade de género, paridade de funções e divisão de tarefas, é quase melindroso usar a velha frase: “A mãe é sempre mais importante!”
Ou mesmo:” Mãe é Mãe e não há mais conversa!”
Parecem expressões serôdias numa altura em que, mais do que em qualquer época, os homens já levantaram o seu estatuto de chefe de família – bem recostados, durante gerações- como treinadores de bancada da educação.
E ainda bem! O que seria de nós mães (tantas vezes tardias), cuja sociedade nos abriu as portas do mercado de trabalho ou nos empurrou para ele em nome da sobrevivência das famílias.
Então em que ficamos? Os homens chegaram-se à frente em prol da igualdade mais do que justa ou porque esta nova era não lhes deu outro remedio?
E ainda assim, prevalece a frase: “ A mãe é muito importante”. Óbvio que sim!
Mas nesta verdade de Lá Palisse subentende-se um conceito que não cai bem nos dias que correm. Quando se defende que homem e mulher são iguais, pai e mãe também devem ser.
A teoria, mesmo que associada a grupos mais feministas ou com outros “istas”, não deixa de parecer totalmente correta e apropriada às condições de um mundo dito civilizado.
A porca só torce o rabo (pardon my French) quando os nossos rebentos em momento de aflição – pode até ser só fome – gritam a bons pulmões a velha e instintiva palavra: MÃE.
Aí não entram teorias da igualdade nem conquistas sociais.
Aí decidem eles quem querem para os livrar de um aperto que os deixa desconfortáveis.
Podem ter uma dezena de pessoas à volta disposta a dar colo, a limpar lágrimas, a aconchegá-los ou protegê-los de um perigo que julgam iminente… os seus olhos procurarão sempre os olhos de sua mãe. Ou talvez, esse íman misterioso chamado odor de mãe.
E depois há o pai, tantas vezes em primeiro lugar. Num amor que se conquista. Num papel que se substitui. Numa admiração que cresce. Numa marca que fica. Eterna.
Pai e Mãe. Não me venham com historias! Se Deus ou a Natureza os quisessem iguais teriam “fabricado” apenas um.
Pai e Mãe. Completam-se, dividem-se,multiplicam-se, constroem!
Porque a igualdade é isso mesmo: a complementaridade!

 

ANA MARQUES
Apresentadora

9:35