Se todos nós fizermos a nossa parte e tomarmos conta uns dos outros, conseguimos evitar que este tipo de situações aconteça.
Quando era mais nova, não percebia porque havia miúdos que não queriam ser meus amigos. É certo que tinha características que me diferenciavam. Falava uma língua diferente e tinha cabelo colorido, mas era simpática e sempre me esforcei para tratar bem todas as pessoas. O meu único desejo era fazer amigos e não percebia porque era rejeitada. Questionava-me muito sobre as razões e isso magoava-me, claro. Mais tarde, percebi que não tinha culpa. As razões que motivavam este comportamento não eram minhas, mas sim dos agressores que me castigavam pela própria dor. A verdade é que o bullying pode ter repercussões a longo prazo e causar traumas sérios e profundos. Mas como é que se resolve o problema?
Em primeiro lugar tem que existir abertura total para falar. Conversar sobre um assunto retira-lhe peso e é preciso saber que se pode e deve falar com um adulto. É muito importante que cada um dê às crianças e jovens as ferramentas necessárias para lidarem com este flagelo. Devemos explicar que a culpa não é deles, que devem ter a capacidade de se afastar de quem os faz sofrer. E, sobretudo, que devem ser capazes de contar a um adulto, ou que devem ser capazes de enfrentar o agressor obrigando-o a parar. Mas há mais…
Todos devemos ensinar às nossas crianças e jovens, aos nossos filhos, sobrinhos, afilhados, etc. que este é um problema de todos. E não apenas de quem ataca e de quem sofre. Todos eles, sem exceção, têm a responsabilidade de impedir, desencorajar e reportar situações do género, quando as presenciarem.
Atualmente existem estudos que demonstram que a esmagadora maioria dos miúdos se sente impotente quando vê alguém a sofrer às “mãos” dos outros. Por isso, é da responsabilidade de todos mudar essa forma de pensar e sentir. Cabe-nos a missão de equipar os miúdos com estratégias sobre como lidar com estas situações difíceis e dramáticas. Acredito que o melhor remédio é mesmo agir e é isso que devemos incentivar as crianças a fazer. Devemos instigá-las a intervir com o objetivo de colocar um ponto final na situação. Se todos fizermos a nossa parte e tomarmos conta uns dos outros, conseguimos evitar este tipo de constrangimentos. Se forem testemunhas de situações de bullying escolham tomar uma posição e sejam o herói de alguém. Esta postura, não só vai ajudar a vítima como servirá de exemplo a outras testemunhas. Se alguém sofre, a medida mais urgente é garantir-lhe que não é o único, que no final vai ficar tudo bem, que a culpa não é sua e que vão sair muito mais fortes desta experiência. Garanto-vos que eu, por exemplo, não seria a pessoa que sou hoje se não tivesse passado e vivido na pele essa má experiência. Assim, de certa forma, estou grata. Já que, devido àqueles momentos, aprendi a gostar de mim e a respeitar-me mais. Se estiverem a sofrer de bullying não se fechem no medo que sentem. Falem e acreditem que são mais fortes do que julgam.
A mensagem mais importante que quero transmitir é que o amor dos vossos pais, da vossa família e dos vossos amigos é o mais importante. É inegavelmente o que prevalece e é o que impulsiona a seguir em frente para conseguir ultrapassar o medo e a tristeza. Eu acredito em vocês e sei o que melhor ainda está para vir!
SEA 3PO
Youtuber e artista
Publicado em 15 Jan. 2019 às 12:05
Se todos nós fizermos a nossa parte e tomarmos conta uns dos outros, conseguimos evitar que este tipo de situações aconteça.
Quando era mais nova, não percebia porque havia miúdos que não queriam ser meus amigos. É certo que tinha características que me diferenciavam. Falava uma língua diferente e tinha cabelo colorido, mas era simpática e sempre me esforcei para tratar bem todas as pessoas. O meu único desejo era fazer amigos e não percebia porque era rejeitada. Questionava-me muito sobre as razões e isso magoava-me, claro. Mais tarde, percebi que não tinha culpa. As razões que motivavam este comportamento não eram minhas, mas sim dos agressores que me castigavam pela própria dor. A verdade é que o bullying pode ter repercussões a longo prazo e causar traumas sérios e profundos. Mas como é que se resolve o problema?
Em primeiro lugar tem que existir abertura total para falar. Conversar sobre um assunto retira-lhe peso e é preciso saber que se pode e deve falar com um adulto. É muito importante que cada um dê às crianças e jovens as ferramentas necessárias para lidarem com este flagelo. Devemos explicar que a culpa não é deles, que devem ter a capacidade de se afastar de quem os faz sofrer. E, sobretudo, que devem ser capazes de contar a um adulto, ou que devem ser capazes de enfrentar o agressor obrigando-o a parar. Mas há mais…
Todos devemos ensinar às nossas crianças e jovens, aos nossos filhos, sobrinhos, afilhados, etc. que este é um problema de todos. E não apenas de quem ataca e de quem sofre. Todos eles, sem exceção, têm a responsabilidade de impedir, desencorajar e reportar situações do género, quando as presenciarem.
Atualmente existem estudos que demonstram que a esmagadora maioria dos miúdos se sente impotente quando vê alguém a sofrer às “mãos” dos outros. Por isso, é da responsabilidade de todos mudar essa forma de pensar e sentir. Cabe-nos a missão de equipar os miúdos com estratégias sobre como lidar com estas situações difíceis e dramáticas. Acredito que o melhor remédio é mesmo agir e é isso que devemos incentivar as crianças a fazer. Devemos instigá-las a intervir com o objetivo de colocar um ponto final na situação. Se todos fizermos a nossa parte e tomarmos conta uns dos outros, conseguimos evitar este tipo de constrangimentos. Se forem testemunhas de situações de bullying escolham tomar uma posição e sejam o herói de alguém. Esta postura, não só vai ajudar a vítima como servirá de exemplo a outras testemunhas. Se alguém sofre, a medida mais urgente é garantir-lhe que não é o único, que no final vai ficar tudo bem, que a culpa não é sua e que vão sair muito mais fortes desta experiência. Garanto-vos que eu, por exemplo, não seria a pessoa que sou hoje se não tivesse passado e vivido na pele essa má experiência. Assim, de certa forma, estou grata. Já que, devido àqueles momentos, aprendi a gostar de mim e a respeitar-me mais. Se estiverem a sofrer de bullying não se fechem no medo que sentem. Falem e acreditem que são mais fortes do que julgam.
A mensagem mais importante que quero transmitir é que o amor dos vossos pais, da vossa família e dos vossos amigos é o mais importante. É inegavelmente o que prevalece e é o que impulsiona a seguir em frente para conseguir ultrapassar o medo e a tristeza. Eu acredito em vocês e sei o que melhor ainda está para vir!
SEA 3PO
Youtuber e artista
12:05